El clima es moral

「Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição. Que parva que eu sou. Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar. Que parva que eu sou! E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. Sou da geração ‘casinha dos pais’, se já tenho tudo, pra quê querer mais? Que parva que eu sou! Filhos, marido, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar, que parva que eu sou! E fico a pensar que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar. Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’ Há alguém bem pior do que eu na tv. Que parva que eu sou! Sou da geração ‘eu já não posso mais!’, que esta situação dura há tempo demais e parva não sou! E fico a pensar que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar.」

「Soy de la generación sin remuneración y no me importa esta situación. Qué tonta soy. Porque esto está mal y va a seguir así, ya es una suerte poder hacer prácticas. ¡Qué tonta soy! Y me da por pensar, qué mundo tan tonto donde para ser esclavo hay que estudiar. Soy de la generación "casa de los papis", si ya tengo todo, ¿para qué querer más? ¡Qué tonta soy! Hijos, marido, siempre lo retraso todo y aún me falta pagar el coche, Qué tonta soy. Y me da por pensar, qué mundo tan tonto donde para ser esclavo hay que estudiar. Soy de la generación del "¿Para qué me voy a quejar? Hay alguien mucho peor que yo en la televisión. ¡Qué tonta soy! Soy de la generación "¡Ya no puedo más!". ¡Que esa situación dura demasiado y tonta no soy! Y me da por pensar qué mundo tan tonto, donde para ser esclavo hay que estudiar.」

*Que parva que eu sou. Deolinda, 2010. [Trad. ugdm]